Siga no kwai Adeilson Guia LOcal de Penedo RJ

sábado, 12 de agosto de 2017

Dia dos Pais: o desafio de criar os filhos após morte de suas mulheres

Homens que passaram por esse tipo de situação contam que a responsabilidade de criar e educar as crianças é redobrada

Fábio Luis e sua filha Vitória

Sul Fluminense – Aos 33 anos, o operador Fábio Luís Fonseca viu a maior responsabilidade de sua vida surgir com a morte da esposa, em março deste ano: criar e cuidar da filha Vitória, que na época tinha apenas sete meses. Assim como ele, muitos homens também são obrigados, por circunstâncias da vida, a terem que assumir o papel de pai e mãe por conta da perda da companheira. Na edição deste domingo, quando se comemora o Dia dos Pais, o DIÁRIO DO VBALE conta um pouco da história e rotina desses “super heróis”, que têm como base e principal apoio os familiares.
De acordo com Fábio, ter que lidar com a morte da esposa foi muito doloroso, principalmente porque isso ocorreu meses após ela conseguir concretizar seu maior sonho, que era o de ser mãe. Conforme ele recorda, a esposa já havia sofrido dois abortos, sendo um com sete meses de gestação e, somente depois de um tratamento, conseguiu levar a gravidez até o fim. De acordo com Fábio, o sonho da mulher em ter um filho era tão grande que ela ficava a maior parte do tempo com a pequena Vitória em seu colo. A mulher dele morreu aos 34 anos por complicações no sistema digestivo.
– Minha esposa foi uma pessoa muito importante na minha vida, faz muita falta, mas o objetivo que ela tinha aqui na terra ela cumpriu, que foi ter a nossa filha, que é tão amada por todos, para que eu cuidasse e desse todo o amor do mundo. Hoje a minha responsabilidade com a Vitória é ainda maior e, com ajuda da minha família e da família da minha esposa, eu pretendo cuidar, educar, não deixar faltar carinho e amar muito a minha filha. Essa é a forma que eu tenho para amenizar a ausência da mãe dela – disse o operador, ao ressaltar que o significado de pai passou a ter um peso ainda maior na sua vida, nos últimos meses.
O caminhoneiro Ronaldo Oliveira dos Santos, de 49 anos, perdeu a primeira esposa há 11 anos, em função de problemas de saúde. Na época, o casal tinha dois filhos, sendo uma menina de cinco anos e um menino de apenas dois anos e meio. Ele conta que, no momento que soube da perda da mulher, viu-se desesperado com a realidade de ter duas crianças pequenas para cuidar sozinho.
– Quando você se casa a expectativa é de ter uma família completa: com pai, mãe e filhos, futuramente netos e por aí vai. Mas, infelizmente, a vida pega a gente de surpresa. Quando minha esposa morreu, eu fiquei muito fragilizado pela perda, mas, ainda mais pelo sofrimento dos meus filhos, que eram muito pequenos e não sabiam lidar com a morte. E foi por eles que busquei forças para que pudesse criá-los, educá-los e o mais importante: não deixar faltar em nenhum momento amor e carinho para os dois – conta Ronaldo.
Hoje, casado pela segunda vez, ele tem a admiração não só dos filhos biológicos, mas também dos enteados, já que sua atual mulher também possui um casal que mora com eles. De acordo com o caminhoneiro, por meio da perda ele acabou aprendendo ser uma pessoa mais humana, amorosa e, com isso, o sentimento de paternidade também foi adotado pelos filhos da sua atual mulher.
– Para mim é como se todos fossem meus filhos. Trato com o mesmo carinho e sempre que posso estou ajudando. Minha esposa e os filhos dela foram abandonados e as crianças não sabem o paradeiro do pai. Quando a conheci e resolvemos morar juntos eu decidi que iria amá-los como se fossem meus, e que me esforçaria para suprir a ausência que eles tinham dos pais. O mesmo aconteceu com a minha mulher, que também me deu forças e ajudou a criar os meus – conta ele, ao ressaltar que, após a morte da mãe de seus filhos, por durante quatro anos foi sua mãe quem o ajudou a criar as crianças.


Dor transformada em amor
O mecânico Valter Martins, de 42 anos, perdeu a mulher em um acidente de carro, do qual apenas ele e um de seus dois filhos sobreviveram. Em um misto de emoções, ele conta que, na época, chegou a lamentar o fato de todos não terem morrido no acidente, já que pensava que dessa forma seu sofrimento teria sido evitado. Hoje, porém, ele se diz conformado com a situação e que a tragédia acabou se transformando em um amor ainda mais incondicional pelo filho, de 12 anos.
– Não somos capazes de entender os planos de Deus em nossas vidas. Me ver sem um dos meus filhos e sem a minha esposa foi o pior momento da minha vida. Mas o tempo foi responsável em colocar tudo no lugar e com a ajuda de amigos e da família, eu fui tomando consciência da responsabilidade que me foi deixada, que é criar o meu filho. e assim eu tenho feito. Nós dois juntamos forças para lidar com a saudade e uma coisa é certa: nosso amor, um pelo outro, foi infinitamente multiplicado – disse o mecânico.

segunda-feira, 21 de março de 2016

GLOBO, AS PROVAS DO GOLPE

Aquele que não observa os erros do passado tende a repeti-los no futuro.

Manchetes de jornais em 1964. Vejam como tentam repetir a mesma narrativa. E pensem na tragédia em que o Brasil mergulhou quando o golpe foi efetuado.

É assustador. Eu opto pela democracia e o discurso se repete.

 Infelizmente estamos vendo esse filme de terror. de novo.... e mais uma vez. a Globo de novo,... ou o governo acaba com a Globo, ou a Globo acaba com o Governo.

Os mesmos preconceitos do passado pode ser visto, a grande Elite do País com suas faixa sobre Cuba e na outra imagem todos movimentos sociais e igrejas em defesa da verdadeira Democracia

Qual quer semelhança é mera coincidência!



Apartidário?Globo sempre agiu como farsista e Manipulador de informações, 


quinta-feira, 17 de março de 2016

Fotos: Juiz que suspendeu posse de Lula foi às manifestações do impeachment

Juiz Itagiba Catta Preta durante as manifestações do dia 13

O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto que concedeu liminar há pouco em despacho que suspende a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil se comportava como militante pró-impeachment no seu perfil do Facebook veja o link https://www.facebook.com/itagiba.cattapretaneto?__mref=message
Com as divulgações das imagens que já viralizaram nas redes, o juiz deletou seu perfil, que podia ser visto
Além de divulgar fotos nas manifestações, o juiz compartilhou post do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

sexta-feira, 11 de março de 2016

10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO UTILIZADAS DIARIAMENTE PELA REDE GLOBO CONTRA VOCÊ


Noam Chomsky é um linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e ativista político norte-americano, reverenciado em âmbito acadêmico como “o pai da linguística moderna“, também é uma das mais renomadas figuras no campo da filosofia analítica.(Fonte)
"Em um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o governo possa controlá-lo pela força usando cassetetes. Mas quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem que controlar o que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer isso é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou reduzindo-a a alguma forma de apatia "
(Chomsky, N., 1993)
Inspirado nas idéias de Noam Chomsky, o francês Sylvain Timsit elaborou a lista das “10 estratégias mais comuns de manipulação em massa através dos meios de comunicação de massa
Sylvain Timsit elenca estratégias utilizadas diariamente há dezenas de anos para manobrar massas, criar um senso comum e conseguir fazer a população agir conforme interesses de uma pequena elite mundial.
Qualquer semelhança com a situação atual do Brasil não é mera coincidência, os grandes meios de comunicação sempre estiveram alinhados com essas elites e praticam incansavelmente várias dessas estratégias para manipular diariamente as massas, até chegar um momento que você realmente crê que o pensamento é seu.
manipulacao-em-massa

1. A estratégia da Distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética.
Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais

2. Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar.
Por exemplo: Deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade.
Ou também: Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. (qualquer semelhança com a atual situação do Brasil não é mera coincidência).
Este post PORQUE A GRANDE MÍDIA ESCONDE DE VOCÊ AS NOTÍCIAS BOAS? retrata bem porque focar nos problemas é interessante para grande mídia.

3. A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estratégia também utilizada por Hitler e por várioslíderes comunistas.  E comumente utilizada pelas grandes meios de comunicação.

4. A estratégia de diferir

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.
Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.
Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a auto-culpabilidade

Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços.
Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há questionamento!

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente.
O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.
Rede Globo usa estas estratégias para tentar enganar toda população Brasileira contra o PT e Lula
Nós do Yogui.co acreditamos que para se manter desperto e apto a tomar decisões sem sermos massa de manobra devemos nos auto-conhecer, e o caminho mais profundo de auto-conhecimento é a meditação (ao nosso ver). A simples tarefa de olharmos internamente para cada nuance de nosso ser e questionar cada célula, cada pensamento é o caminho básico para quem deseja despertar de toda essa manipulação que foi pensada e estrategiada para nos manter dispersos.

Quanto mais disperso o ratinho

Mais facilmente cai na ratoeira


               Brizola nos anos 90 já alertava a população sobre as manipulações da Rede Globo



quarta-feira, 2 de março de 2016

Jovem conta para o pai que é Gay e quase acaba morto..

X, 17 anos foi espancado na ultima Sexta Feira depois que contou para o pai que era Gay


Ao telefone, uma voz aliviada não parecia transparecer todo o terror sofrido por X., de 17 anos, morador de São Paulo. Na última sexta-feira, o adolescente viu a morte bem de perto. E o pior: pelas mãos do próprio pai, com quem vivia desde os dois anos de idade, quando foi abandonado pela mãe, que fugiu sem nunca mais dar notícias. O motivo? Era espancada diariamente pelo marido.
— Passei 15 anos sem ter notícias dela. Até que pedi a um amigo, que trabalha no Poupa Tempo, para que tentasse achar algumas informações. Em outubro, a encontrei e, desde então, vinha frequentando a casa dela — conta X., que relatou a agressão sofrida em um post no seu perfil no Facebook. Detalhe: o rapaz decidiu não registrar o caso pelo fato de o pai ser arrimo de família, sustentando, além de X., outras três crianças (de 4, 6 e 11 anos).
Na sexta-feira, o adolescente voltava de um terreiro umbandista que frequenta, quando chegou em casa, no bairro do Grajaú, e foi confrontado pela madrasta, que teria insinuado que X. estivesse sob efeito de drogas. Com a chegada do pai, as coisas pioraram.
— Ela me desafiou e me jogou contra ele. Cheguei a um ponto de pressão que não consegui sustentar. Entrei no quarto dele e contei a ele que era gay — relembra X., logo depois iniciando o relato sobre a sequência de violências sofridas.
Socos, chutes, tentativa de enforcamento, golpes com uma colher de pau e chibatadas nas costas com uma alça de bolsa em brasa. Mas o mais grave ainda estava por vir...
— Ele insistiu para que minha madrasta pegasse uma faca. Eu sabia que ele ia me matar. Ela abriu o portão de casa e pediu para que fugisse, pois também sabia que eu iria morrer — conta X., que conseguiu escapar das garras do pai ao pular de uma sacada da casa, com pouco mais de três metros de altura. Na queda, quebrou uma das mãos.
Na sequência da fuga, se abrigou na casa de uma amiga. Decidiu apenas descansar, procurando atendimento médico no sábado, quando foi ao Pronto Socorro Municipal Dona Maria Antonieta, no mesmo bairro do Grajaú.
— Ainda no sábado, criei coragem e voltei para buscar minhas coisas. Meu pai não estava em casa, mas minha madrasta me passou o recado de que ele não queria me ver nunca mais — relata o adolescente, que, no domingo, se mudou definitivamente para a casa da mãe, no Centro de São Paulo.
Ao ser indagado sobre a possibilidade de voltar a ter contato com o pai, X. se mostra reticente e surpreende com uma resposta resignada.
— Agora, logo após isso tudo, é claro que não quero vê-lo, não quero saber dele. Mas meu pai é uma pessoa boa, eu sei disso. Ele foi criado assim — acredita X.




FONTE: Jornal Extra

sábado, 27 de fevereiro de 2016

A legalização é uma ação de paz


Os mais de sessenta anos de proibição não conseguiram em nenhum momento eliminar o mercado ilegal de venda de maconha ou de outras drogas ilícitas. Pelo contrário: os dados desse período indicam uma expansão do consumo entre diferentes classes sociais, regiões e o surgimento de novas drogas




por Renato Cinco


A legalização da maconha no Uruguai pode ser um marco na política sobre drogas na América Latina e no mundo. Mas antes de analisar os benefícios dessa mudança é necessário explicar como a maconha e outras drogas foram colocadas na ilegalidade no início do século XX. Com uma história milenar, a Cannabis só se tornou a “erva do diabo” depois de uma poderosa campanha de estigmatização recheada de preconceitos e interesses econômicos.
No âmbito global, o debate sobre a proibição das drogas começou em 1912, a partir da Convenção de Haia, com o foco na morfina, na heroína e na cocaína. Essa data é marcante para o início de uma política que trata as drogas como algo nocivo à sociedade e os mercadores dessas substâncias como “inimigos” das nações.
O governo norte-americano usou a Convenção de Haia para pressionar seu parlamento a endurecer a legislação restritiva ao comércio e ao uso de drogas. Isso resultou na aprovação do Harrison Narcotic Act, em 1914, que estabeleceu um duro combate ao ópio e seus derivados. Outro dado importante da Lei Harrison é a criação da figura criminal do traficante e do usuário de drogas. Para o primeiro, era imposta a pena de prisão e, para o segundo, o tratamento médico (compulsório, se necessário).
A proibição da maconha no território norte-americano se deu, curiosamente, após o fim da Lei Seca, que desautorizou as bebidas alcoólicas entre 1919 e 1933. O Marijuana Tax Act (Lei Tributária sobre a Maconha) de 1937 proibiu o cultivo, a distribuição e a comercialização da maconha nos Estados Unidos. Todo o aparato repressivo montado para reprimir o comércio de bebidas foi transferido para o combate à maconha e outras drogas ilícitas.
Curiosamente, o Brasil se antecipou radicalmente à fúria punitiva internacional, tendo ainda em 1830 a primeira lei proibindo o uso da maconha. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro punia o “pito do pango”, denominação do fumo da Cannabisna época, que era visto como um hábito dos negros. Essa lei explicitava seu caráter racista ao descrever a pena para “escravos e outras pessoas” que utilizassem a erva. Os vendedores da planta eram punidos com multa de 20 mil réis e os usuários, com três dias na cadeia.
Serviu de base pretensamente científica para a proibição da maconha um discurso médico preconceituoso. O psiquiatra Rodrigues Dória (1857-1958) chegou ao ponto de apontar a maconha como uma espécie de vingança dos negros escravizados, que quereriam corromper os valores da cultura do “branco civilizado”. Atrelada a esse discurso, existia uma intolerância aos cultos africanos que utilizavam a maconha nos rituais sagrados. Após a Proclamação da República, uma mesma “delegacia” combatia a maconha e os candomblés: a Inspetoria de Entorpecentes, Tóxicos e Mistificações. Na ditadura Vargas (1937-1945) era comum que a polícia invadisse e destruísse terreiros que não haviam abolido o uso ritualístico da maconha.
No cenário internacional, o ano de 1961 foi marcante para a consolidação da política proibicionista, com a Convenção Única de Entorpecentes da ONU. Os mais de duzentos países signatários se comprometeram a adotar medidas mais restritivas em relação a certas drogas, punindo quem as produzisse, vendesse ou consumisse. O que já era um modelo repressivo ficou ainda mais duro quando o presidente Richard Nixon fez um pronunciamento em 1972, apontando os psicoativos como “os inimigos número 1 da América” e declarando “guerra às drogas”. Muitos apontam que essa cruzada de Nixon contra as drogas ilícitas na verdade tinha como alvo os hippies, o movimento negro e movimentos da contracultura, vistos como grandes opositores de seu governo conservador.

“Esse é o seu cérebro”


No bojo de tal política, o governo norte-americano desenvolveu uma poderosa campanha midiática para alertar e amedrontar a população sobre os perigos do uso de drogas ilícitas. Um famoso comercial de televisão exibia um ovo fritando e dizia: “Esse é o seu cérebro quando você usa drogas”.
Para “provar” que o uso de maconha era capaz de destruir os neurônios dos usuários, o governo apresentou uma pesquisa feita com macacos que tiveram dano cerebral após serem forçados a inalar a fumaça da Cannabis em testes de laboratório. Posteriormente essa pesquisa teve sua metodologia questionada, pois os macacos foram submetidos à fumaça da maconha através de uma máscara que despejava no corpo dos primatas uma dose equivalente a 63 baseados, durante cinco minutos por dia, em seis meses (nível absurdamente exagerado para o padrão de consumo). O que causou a morte de neurônios dos macacos não foi o uso frequente da maconha, mas a asfixia que ocorria durante o teste.
Outra estratégia que a política proibicionista adotou para aterrorizar a população sobre os efeitos da maconha foi propagandear que ela seria “porta de entrada” para outras drogas mais pesadas. O que é tratado pelo senso comum como fato científico não passa de uma questão cultural do uso de drogas, que pode mudar de acordo com o tempo, grupo social ou região. Não existe nenhum componente na maconha que desperte o interesse por drogas mais pesadas, como a cocaína ou a heroína. Muitos usuários de cocaína podem ter usado maconha anteriormente, mas entre as duas drogas não existe nenhum elo biológico. Na verdade, a maior parte dos usuários de maconha não consome outras drogas ilegais. Inclusive, há um estudo em São Paulo que aponta que a Cannabispode ser utilizada para reduzir danos ou até para afastar pessoas do uso de drogas mais pesadas, como o crack.
Na conta perversa do proibicionismo também podemos colocar o impedimento ao uso medicinal da maconha, apesar de suas propriedades terapêuticas serem muito bem documentadas e constarem no Pen-Ts’ao Ching, considerada a primeira farmacopeia conhecida do mundo, de 2723 a.C. Nessa publicação chinesa é descrito o efeito analgésico, anticonvulsivante e tranquilizante da Cannabis. Uma história famosa de uso medicinal da maconha vem do final do século XIX, na Inglaterra, onde a rainha Vitória seguia a receita do doutor R. Reynolds e usava essa erva para aliviar dores e cólicas. No Brasil, até o início do século XX, era possível encontrar nas farmácias as “Cigarrilhas Grimault para asma, catarros e insônia”.
Mesmo assim, a Convenção Única de Entorpecentes de 1961 relacionou a maconha em duas categorias: como planta sem nenhum valor medicinal e na de drogas especialmente perigosas. Nesta última a maconha ficou equiparada com a heroína.
Na era moderna, a maconha medicinal já se provou eficaz no alívio das náuseas causadas pelo tratamento quimioterápico, no estímulo do apetite tão necessário aos portadores do vírus HIV e na diminuição da pressão intraocular para pacientes com glaucoma.

Avanços na descriminalização


E foi no campo da maconha medicinal que o castelo da proibição começou a desmoronar nos Estados Unidos. Graças a um plebiscito realizado em 1996, a população do estado da Califórnia aprovou uma iniciativa que regulamentou o cultivo e a venda de maconha para fins medicinais. Desde então, os pacientes precisam passar por uma avaliação médica para receber uma receita com a quantidade de maconha que poderão comprar em estabelecimentos formais, conhecidos como dispensários. Lá, é possível adquirir aCannabis em sua forma natural ou comprar bolos, biscoitos, leite, refrigerantes e outros produtos que proporcionam o barato e o alívio dos componentes psicoativos da erva.
Passados dezessete anos, outros dezenove estados dos EUA aprovaram leis que regulamentaram o mercado de maconha medicinal. Em 2012, Colorado e Washington avançaram para a legalização do uso recreativo, apesar de a legislação federal norte-americana ainda considerar qualquer forma de uso ilegal. Nesses dois estados, os primeiros empreendimentos já estão em funcionamento e economistas fazem estimativas de um negócio bilionário para os próximos anos. Todo esse dinheiro estará inserido em uma economia formal e tributada. O Colorado já definiu o imposto de 15% para a compra no atacado e outros 10% para a venda no varejo. O governo estadual vai destinar a arrecadação ao financiamento de escolas públicas, a programas de atendimento a dependentes químicos e à política de regulamentação.
Sobre o uso recreativo, é imperativo citar a experiência da Holanda, onde em 1975 ocoffeeshop Bulldog foi inaugurado no Red Light District (bairro também conhecido pelas casas de prostituição). Naquele ano foi iniciada a venda legal de maconha no varejo, e a fama do país correu o mundo, despertando até mesmo a curiosidade de “caretas” que visitam a cidade de Amsterdã. Especificar que apenas a venda no varejo foi legalizada não é uma simples sutileza. O que muitos não sabem da “legalização” na Holanda é que apenas a venda para o consumidor final (com o limite de 5 gramas por cliente) é permitida. Quando o coffeeshop adquire a erva no atacado, o comerciante está realizando uma transação ilegal. Também é criminoso aquele que cultiva e vende a Cannabis em grande quantidade. Essa contradição nas regras do jogo é conhecida por lá como the backdoor problem (o problema da porta dos fundos). O proprietário do coffeeshop compra violando a lei e vende emitindo nota fiscal.
No avanço das políticas de legalização, o Uruguai será o próximo país a acabar com a proibição da maconha. Apesar de dizer que “não gosta de maconha”, o presidente José Mujica teve a consciência de propor a legalização com o objetivo de enfraquecer as finanças do narcotráfico, tirando do controle de grupos criminosos o monopólio de produção e venda de uma planta tão valiosa. Pelo projeto uruguaio, o Estado vai administrar o cultivo e oferecer a erva para a venda em estabelecimentos credenciados, onde cada residente poderá comprar até 40 gramas por mês. A venda para turistas não será permitida.
Além disso, cada usuário poderá cultivar até seis pés de Cannabis por residência ou participar de uma cooperativa de produtores sem fins lucrativos, tendo entre quinze e 45 sócios. Nesse último modelo, a maconha colhida deverá ser distribuída entre os associados e não poderá ser comercializada. Com a recente aprovação do Senado uruguaio na produção e comercialização da maconha, a primeira “colheita estatal” deve ocorrer no início do segundo semestre de 2014.

O atraso brasileiro


Infelizmente, o Brasil ainda segue com uma exagerada fidelidade a cartilha da “guerra às drogas”. Chegamos ao absurdo de violar o princípio constitucional da liberdade de expressão e reunião ao proibir a realização da Marcha da Maconha, acusada de ser um ato criminoso de apologia ao uso de drogas. Apenas em junho de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu e declarou a legalidade das manifestações públicas em defesa da legalização das drogas.
Na esfera legislativa, temos em debate propostas que endurecem ainda mais o modelo proibicionista, justificadas como necessárias para conter uma suposta “epidemia do uso de crack”, que já foi desmentida por vários especialistas. O Projeto de Lei n. 7.663/2010 aumenta a pena mínima para acusados de tráfico de cinco para oito anos e fortalece a política de internações compulsórias para usuários de drogas. Essa mesma proposta ainda contava com um macabro “cadastro nacional de usuários de drogas”, no pior estilo dos instrumentos de controle social da Alemanha nazista. Depois de grande mobilização da sociedade civil, esse artigo foi suprimido do projeto.
A legislação brasileira tem como ponto positivo uma brecha que permite a instituições de pesquisa a possibilidade de cultivar maconha com finalidade científica. Mas a burocracia imposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é tão grande que nenhuma instituição ou universidade detém essa autorização para pesquisar essa planta e todas as suas múltiplas utilizações terapêuticas, apontadas pelas medicinas antiga e moderna.
Analisando a história, é possível perceber que a proibição da maconha é sustentada por argumentos racistas, utilizados para a perseguição cultural de minorias, além de pesquisas de métodos questionáveis ou já desqualificados. A legalização da maconha é necessária e urgente para reparar todos esses equívocos e pela constatação de fracasso global do modelo proibicionista, admitido até em relatórios da ONU. Os mais de sessenta anos de proibição não conseguiram em nenhum momento eliminar o mercado ilegal de venda de maconha ou de outras drogas ilícitas. Pelo contrário: os dados desse período indicam uma expansão do consumo entre diferentes classes sociais, regiões e o surgimento de novas drogas.
Estima-se que 4% da população brasileira seja usuária de maconha. A maioria absoluta desses consumidores (com a exceção dos cultivadores caseiros) compra maconha sem nenhum controle de qualidade no mercado ilegal. Nesse ambiente, o usuário acaba tendo contato com outras drogas também ilegais, no que se pode chamar de verdadeira porta de entrada para outras drogas. Se a “porta de entrada” existe, é em razão da proibição que coloca substâncias tão diferentes, como a maconha e a cocaína, no mesmo pacote.
A proibição não funciona nem para controlar o uso, e hoje podemos dizer que, na prática, a venda de maconha está liberada. Afinal, qualquer pessoa, independentemente da idade, pode comprar a erva na favela ou no asfalto sem muita dificuldade. Estabelecer a legalização e regulamentação da maconha é uma medida para criar um controle sobre a produção, compra e venda dessa droga, e um ambiente onde mercadores não precisem portar armas ou controlar territórios para garantir a venda de maconha. Usuários terão a oportunidade de adquirir ou cultivar um produto que passe por um controle de qualidade, fundamental para quem utiliza um psicoativo. Cientistas e médicos terão mais liberdade para desenvolver novas terapias e receitar medicamentos à base de maconha.
A proibição e o combate às drogas já resultaram em um incontável número de conflitos entre criminosos e forças policiais. Também é incalculável a quantidade de mortos nessa guerra. Cerca de 14 mil brasileiras e mais de 117 mil brasileiros estão presos por vender ou transportar uma substância ilícita, muitas vezes enfrentando penas superiores ao do delito de estupro. Em todos os casos, o alvo da repressão é a ponta mais frágil desse mercado: os jovens negros e pobres das favelas, camponeses bolivianos ou imigrantes indesejáveis nos países desenvolvidos. A “guerra às drogas” é uma guerra aos pobres disfarçada, que só cumpre o papel de controle social e criminalização dos trabalhadores. A legalização é uma ação de paz