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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Desiludido, Tiririca quer voltar a ser palhaço

Tiririca está desiludido e não será candidato a reeleição em 2014


Deputado mais votado no país em 2010, Tiririca (PR-SP) quer voltar a ser só palhaço. Desiludido com a política, ele disse que não disputará mais eleições e, findo seu mandato, em fevereiro de 2015, irá se desfiliar do PR.
Na metade da legislatura, Tiririca, que se elegeu com a promessa de descobrir o que faz um deputado, disse que já entendeu que "não dá para fazer muita coisa".
O desalento, no entanto, não é a razão para deixar o salário de R$ 26,7 mil, verba de gabinete de R$ 97.200 e direito a apresentar R$ 15 milhões em emendas.
A justificativa é a falta de tempo para se dedicar ao que mais gosta: fazer shows (que lhe rendem mais dinheiro do que a Câmara). "Eu sou artista popular. Aqui me prende muito. A procura pelos shows é enorme e não dá para fazer", afirma ele.

Quando voltar aos palcos, ele promete não fazer piada sobre político. "Quando a gente está fora acha que    deputado não faz nada, mas eles trabalham para caramba."


Acompanhar o crescimento de sua filha de três anos é outra razão. "Esses dias ela saiu nadando, é muito massa." Pai de seis filhos, Tiririca diz que não pôde estar perto dos demais e não quer repetir o erro com a pequena.
Quando voltar aos palcos, ele promete não fazer piada sobre político. "Quando a gente está fora acha que deputado não faz nada, mas eles trabalham para caramba."
Nestes dois anos na Câmara, diz ter aprendido muito: "Aqui é uma escola. Se aprende tanto ir para o caminho legal quanto ir para o 'outro caminho" [diz não ter sido convidado a entrar]. Descobriu, porém, que política não faz parte de seu projeto pessoal.
E já deixou de lado os ternos importados (Armani e Hugo Boss) que usava para imitar boa parte dos líderes do Congresso. Adotou um visual mais moderno, que inclui paletó de veludo colorido, calça jeans e gravatas inusitadas. Agora, mandou fazer camisas personalizadas. Pediu um tecido que se adapte ao clima seco da capital.



Os novos trajes já renderam brincadeiras entre os deputados mas também ajudam Tiririca a se entrosar. No tempo em que está na Câmara, fez pelo menos oito amigos, entre eles seu candidato à presidência da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que perdeu a disputa ontem: "É um cara bacana".
Sobre o fato de ainda não ter discursado na tribuna da Câmara, desconversa: "Para falar o quê? Nenhum projeto foi aprovado. No dia que for, eu subo para agradecer".

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Garotinho cobra “boquinha” no governo Dilma

Deputado carioca que sempre acusou o PT de ser o "Partido da Boquinha" ameaça sair da base do governo caso a presidente Dilma não inclua o PR, sigla da qual pode ser eleito líder na Câmara, como beneficiário de algum ministério em sua reforma



Crítico intenso do governo federal e do PT, o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) pede hoje o que já condenou no passado. Prestes a ser eleito líder do PR na Câmara, o parlamentar carioca ameaça deixar a base do governo de Dilma Rousseff caso a presidente não inclua o partido como um dos beneficiários em sua reforma ministerial. Justo ele, que acusava o PT de ser o "Partido da Boquinha".
"A presidente substituiu o ministro do PCdoB no Esporte por outro do PCdoB. O do PMDB na Agricultura por outro do PMDB. O das Cidades no PP por outro das Cidades. O que o PR quer é o mesmo tratamento. Não queremos privilégios, vantagens, acordos espúrios. Queremos apenas o mesmo tratamento. E isso significa espaço político, não necessariamente nos Transportes", protestou Garotinho, sobre as mudanças feitas no primeiro ano de mandato.
O PR passou a adotar a postura de partido independente depois que o Planalto demitiu o presidente nacional da sigla, senador Alfredo Nascimento (AM), da pasta dos Transportes, após uma série de denúncias. Em seu lugar, nomeou Paulo Passos, que também é do PR, mas que não foi indicado pelo partido. Garotinho, porém, está cansado da "independência" e exige que o partido se defina como base ou oposição. "Essa situação é insuficiente. O partido não pode ser híbrido", afirma.
A verdade é que, caso Garotinho seja eleito líder da bancada, é possível que nem o governo o queira como membro de sua base. O deputado é crítico feroz das atuações do Planalto e, recentemente, pediu investigação ao Ministério Público que envolvia o ex-presidente Lula e seu suposto envolvimento com a ex-secretária da Presidência, Rosemary Noronha, alvo da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.
Mas Garotinho diz que Dilma garantiu que quer o partido na base e que chamará os novos líderes para uma conversa depois do Carnaval. "Esperamos ouvir da presidente o que ela pensa a respeito do relacionamento com o PR", afirma. O atual líder na Câmara, deputado Lincoln Portela, garante que a escolha de Garotinho como novo líder não afetará a relação do partido com o governo.